sábado, 26 de março de 2011

O tom

É impressionante como mudamos de humor tão rapidamente... Pequenas palavras, gestos, ações, têm tanta influência sobre nós. Estamos felizes, ou simplesmente, "normais", por não ter nada ocorrido para que ficássemos tristes ou bravos e, de repente, pá!, somos só um poço de tristeza. Um pontinho de nada nos faz lembrar tanta coisa, temer outras tantas... Rever conceitos, posturas, duvidar do que era real... Tenho medo desses momentos. Sou muito radical. Dá vontade de jogar tudo pro ar. Não pensar em nada, só sentir a revolta que faz meu coração pulsar mais intensamente. Depois vem o sentimento de arrependimento. Vontade de ter sido mais compreensiva, mais complacente. Acho que não estou/sou preparada para o inesperado. Não sei como agir. E sempre me arrependo de como agi. Só sei que, nesse momento, queria voltar no tempo...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Queria poder entender de psicologia... Entender de gente... Entender de sentimentos... Acho que entendo um pouco de gente... De sua mente... De sentimentos... Gostaria de entender minha mente... Me entender... Entender meus sentimentos...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Um pouco de metafísica

"[...]O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... [...]"

Esse trecho de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, faz parte do capítulo do qual mais gosto, por toda sua sensibilidade, beleza e poesia. No entanto, me pergunto se estou de acordo. E vejo que não consigo pensar dessa forma. Acho que nenhum homem conseguiria simplesmente olhar as coisas e aceitá-las tais como são, sem indagar-se sobre a razão de elas serem assim. Creio ser muita injustiça pedir a alguem que aceite sem remorso e sem raiva as injustiças da vida. Que aceite ver as crianças morrerem sem perguntar onde está o deus que elas e suas famílias adoram. Isso é estar doente? Não... Isso é ser racional. Isso é ser humano. A metafísica está inseparavelmente ligada à humanidade. É impossível viver sem ela. Sem nos perguntarmos, vez ou outra, porque o mundo existe, porque nascemos, porque as pessos boas morrem enquanto as pessoas que não demonstram nem um pouco de bondade, continuam divertindo-se nas ruas e causando mais sofrimento. Sim, Caeiro, devemos viver cada instante como deveria ser: único. Ímpar. O primeiro. deveríamos ver a beleza da natureza, pela qual estamos rodiados e esquecemos de observar. Mas não devemos aceitar o mundo como é. Pois se fossemos comparar a beleza e a feiura do mundo, ficaríamos envergonhados de nossos irmãos e de nós mesmos...

A primeira música...



Não sei se devido à calmaria, ou às palavras sábias, ou, ainda, à profundidade dos sentimentos transmitidos por ela, mas essa música soa como terapia para mim...